quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Como Hachiko, continuo à te esperar todos os dias

Todos os dias quando chega no horário que você costumava chegar do trabalho, eu crio uma esperança dentro de mim que ao escutar o barulho daquele portão abrindo, vai ser você à chegar, pai. Mas isso não acontece e mesmo sabendo que seria impossível, eu acabo me frustrando. Jack nosso cachorro não faz o escândalo que fazia quando você chegava, a porta não abre, a TV não liga no jornal do futebol pra ver as notícias...
Era quase que um ritual, de segunda a sexta, e as 19h eu não posso mais ver seu rosto e escutar suas piadas, nem escutar a pergunta "O que você comeu gordo?"...
Sabe, eram coisas tão simples, mas que me marcaram pra sempre. Todos os sábados quando chego do trabalho você não está na sala vendo TV ou la fora lavando a roupa. Todos os domingos que eu saio não tem mais você lá pra fazer as perguntas "Onde vai?", "Sabe que horas volta?" e a clássica pergunta "Está levando documento, chave e celular?"...
Todas essas pequenas coisas eram o seu jeito de me dizer "Eu te amo" todos os dias, cuidando de mim mesmo eu já sendo maior que você.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Enchendo-se de vazios

Já se pegou em algum lugar, olhando para o nada e pensando "Que diabos estou fazendo aqui?"? Bom, ultimamente este tem sido um pensamento constante em minha mente. Já fazem alguns meses que tento me preencher com algo que sinto estar faltando, mesmo não sabendo ao certo o que é. Já fui em muitos lugares, procurei muitas coisas diferentes. me distrair, ficar sozinho, ficar rodeado de desconhecidos e rodeado de pessoas que amo, família, amigos... Mas sempre que me encontro em um lugar eu penso "Que diabos estou fazendo aqui?" e então desejo estar em outro lugar. Se estou sozinho desejo companhia, mas se estou em companhia desejo estar sozinho.
É algo louco, que simplesmente não faz sentido nenhum, mas está acontecendo. Procuro me preencher com aquilo que acho que vai me fazer bem, estar onde quero estar e fazer o que quero fazer. Mas sempre carrego um sentimento de que tem algo faltando, mesmo eu não sabendo o que. Procuro por tudo em todo lugar, mas quando acho, parece não ter mais graça e logo percebo que aquilo não é o que eu preciso. É um ciclo infinito, como um cachorro correndo atrás do próprio rabo. De alguns tempos pra cá, percebi então que tudo o que ando fazendo é estar preenchendo-me de vazios.